![]() ![]() |
![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
O que há de especial num simples nome? Muita coisa, a avaliar pelo regresso da força dos logotipos das principais casas da moda. Uma letra, um símbolo, um padrão de tecido: uma questão de não estar anônimo. Dos pés à cabeça, fazer-se saber que aderiu a um estilista é moda e sinônimo de status. Dos casacos às malas, vestidos, sapatos e guarda-chuvas; nada escapa.
O logotipo de criador começou com um homem chamado Georges Vuitton, filho de um fabricante de malas, que resolveu, em 1896, honrar a memória de seu pai, criando um tecido com um monograma estampado com as iniciais LV. Em 1921, uma outra estilista parisiense transformou suas iniciais no símbolo de sua marca: dois Cês que se cruzam num círculo, utilizados na embalagem de um perfume chamado Chanel n.5. Trinta anos mais tarde, Coco Chanel decidiu colocar os Cês em botões, fivelas, cintos e malas. Os outros criadores foram atrás. Nos anos 60, estes logotipos eram uma declaração de fortuna antiga (ou aspiração nova-rica). Mas, nos anos 70, uma série de circunstâncias tornaram os logotipos no símbolo dos que freqüentavam o Studio54, "novos emergentes eurolixo". O pêndulo voltou a balaçar nos anos 80. Karl Lagerfeld eletrificou a Chanel com uma explosão de logotipos. Cantores famosos de rap começaram a exibir produtos de luxo no início dos 90 e as bolsas falsas Gucci, Fendi, Chanel e Louis Vuitton foram vendidas em feiras e ruas. Nos últimos anos, o americano Tom Ford trouxe sexo e sofisticação à marca Gucci, trabalhando logos antigos e inventando novos Gês geométricos. E a coleção Primavera/Verão da Gucci remete letras para cintos e bolsas. Em 1997, Louis Vuitton contratou Marc Jacobs para diretor artístico da marca. Desde então, Jacobs tem dado um uso colorido e festivo ao monograma LV. Na nova coleção, o monograma aparece impresso em casacos, saiais, sapatos, calções, nas eternas bolsas e guarda-chuvas. Para a nova coleção Primavera/Verão 2000, Michael Kors imprimiu o logo Celine em tudo, desde casacos ganga a calças, e usou letras em relevo para soletrar Celine em bolsas de couro e PVC. John Galeano, o designer inglês que trouxe a teatralidade de volta à moda, ao passear por Paris no ano passado, encontrou logotipos dos anos 50 da Dior, chamado "oblíquo", e usou-o numa coleção de estampado jacquard: a Logo-a-Gogo. As linhas de Lagerfeld para Fendi e Chanel incorporam apenas os logotipos em estampados coloridos e florais - apesar do criador não ter resistido a colocar os Cês em tatuagens falsas no corpo das modelos do desfile.
![]()
Fonte: Revista Elle França Março/2000
Revista Elle Portugal Abril/2000